quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Debate na Câmara impede fechamento de prontos-socorros

Reunião que tratou da crise da saúde promovida pela Câmara de Vereadores, garantiu abertura dos prontos-socorros até o próximo dia 10

Todos os hospitais filantrópicos de Londrina garantiram, durante a sessão da terça-feira, dia 30,  sobre a crise nos serviços de saúde do município, que irão manter os prontos-socorros abertos até o próximo dia 10 de setembro, enquanto discutem um novo formato para o pagamento dos plantões à distância pela Secretaria Municipal de Saúde. A reunião coordenada pela vereadora Sandra Graça (PP), propositora do encontro, durou quatro horas, contou com a assessoria da vereadora Lenir de Assis (PT) e do vereador José Roque Neto (PTB) e avançou nas propostas para busca de soluções para o setor.

O ponto de maior tensão durante a sessão promovida pela Câmara foi exatamente o da manutenção dos prontos-socorros abertos a partir do dia 1º de setembro. Acordo firmado dias atrás com intermediação do Ministério Público ameaçava ser rompido devido uma declaração do secretário interino de Saúde, Márcio Nishida, de que o pagamento dos plantões à distância até o dia 10 de setembro não estava garantido. “Essa reunião da Câmara e a intervenção dos vereadores foi decisiva para que os hospitais tivessem a garantia do pagamento dos plantões e possam convencer seus corpos clínicos para manter abertos os prontos-socorros. Queremos agora que o município nos apresente uma proposta concreta de como serão pagos os plantões à distância, para que a situação tenha um acordo definitivo”, afirmou o diretor superintendente da Irmandade Santa Casa, Fahad Haddad.

90 dias para o SID - Outro avanço obtido com a intervenção dos vereadores foi o compromisso assumido pelo secretário interino, Márcio Nishida, de contratação das atuais equipes do Sistema de Internação Domiciliar (SID), pelo período de 90 dias, até que a Prefeitura conclua os procedimentos de concurso público na área. Na semana passada, a Secretaria de Saúde já havia anunciado o fim do SID devido ao encerramento do contrato do município com as equipes terceirizadas. No entanto, os apelos feitos pelos vereadores, por famílias atendidas pelo serviço que compareceram à Câmara e por Conselheiros Municipais de Saúde presentes à reunião, sensibilizaram o secretário interino Márcio Nishida a rever a posição inicial do município.

A situação da falta de profissionais nas Unidades Básicas de Saúde, principalmente médicos, também pautou as discussões da sessão que tratou da crise da saúde realizada hoje na Câmara de Vereadores. O secretário Márcio Nishida garantiu que os projetos de lei protocolados pelo município na semana passada no Legislativo e que estão em tramitação nas comissões permanentes da Casa, suprirão momentaneamente as necessidades de pessoal, pelo município, na área da saúde. A vereadora Sandra Graça, coordenadora do encontro, explicou que as matérias foram protocoladas apenas no final da semana passada e serão analisadas no contexto da realidade da Lei de Responsabilidade Fiscal, para posteriormente serem levados à votação. “A Câmara tem responsabilidade e não pode votar questões delicadas no afogadilho. Mas o que depender do Legislativo será agilizado”, garantiu a vereadora.

Debates prosseguem - Sandra Graça explicou que a sessão especial sobre a crise na saúde terá continuidade na próxima quinta-feira (1º de setembro), quando novas propostas devem surgir para as questões polêmicas que envolvem o setor. “Algumas propostas viáveis já foram apresentadas hoje e avançamos bastante na garantia dos prontos-socorros abertos e das equipes do SID. O importante é que o cidadão possa sentir que ele está sendo olhado com outros olhos e que terá melhorias na unidade de saúde onde está sendo atendido”, afirmou a vereadora.

Entre as demais propostas apresentadas e cujo debate prosseguirá na próxima quinta-feira, está a sugestão da diretora do Hospital Universitário (HU), Margarida de Fátima Carvalho, que propõe um rodízio de plantões à distância entre os hospitais, dependendo da especialidade. Proposta semelhante foi apresentada pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Norte do Paraná, Alberto Toshio Oba, lembrando ainda que os plantões de sobreaviso devem ocorrer de acordo com a demanda. Ele também solicitou que a Câmara promova um fórum para discutir apenas a questão do relacionamento entre os hospitais, médicos e a Secretaria Municipal de Saúde.

Coordenada pela vereadora Sandra Graça, a mesa técnica da sessão desta terça-feira contou com ainda com a participação do promotor Paulo Tavares; do médico auditor do Ministério da Saúde em Curitiba, Mário Lobato da Costa; do técnico financeiro do Ministério, Luiz Carlos Rodrigues; da vice-reitora da UEL, Berenice Jordão; do presidente da Associação Médica de Londrina, Antonio Caetano de Paula; da diretora da 17ª Regional de Saúde, Djamedes Garrido; da diretora do Cismepar, Mary Okano; do diretor do Hospital Evangélico, Luiz Soares Koury; do diretor do Hospital da Zona Norte, Naja Nabut e o gerente do Samu, Sérgio Canaveze. Participaram dos trabalhos os vereadores e vereadoras, conselheiros municipais, servidores da Secretaria Municipal de Saúde e familiares de pacientes atendidos pelo SID.

O debate público sobre a situação da saúde em Londrina promovido pela Câmara de Vereadores prossegue durante a sessão ordinária da próxima quinta-feira, com a suspensão parcial da pauta, também pelo período de quatro horas.  Novamente, vereadores, representantes dos gestores públicos, dos prestadores de serviços, dos usuários e demais entidades diretamente envolvidas com a questão da saúde em Londrina vão compor uma mesa técnica que além de referendar e estabelecer prazos para as propostas apresentadas nesta terça-feira irá debater o quantitativo de médicos nas Unidades Básicas de Saúde, no PAI e no PAM; Policlínica; o Programa Saúde da Família (PSF) e o SAMU. ( Foto de Devanir Parra)

Assessoria de comunicação - Imprensa CML


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